NCLUSÃO: A ORIENTAÇÃO E DESORIENTAÇÃO NA DISLEXIA

MENINO TENTANDO LER A PALAVRA BRASIL NO QUADRO E AS LETRAS TODAS MISTURADAS NA SUA CABEÇA

A ORIENTAÇÃO E DESORIENTAÇÃO NA DISLEXIA

Os disléxicos sofrem com a desorientação e ela acaba por comprometer seu rendimento escolar. Esta talvez seja a maior responsável pelo fracasso escolar, ou seja, a falta de orientação.
A orientação significa saber onde estamos em relação ao ambiente. Se analisarmos no campo da percepção, podemos defini-la como a capacidade de  descobrir fatos e condições do meio e se colocar numa relação adequada.
Quando ouvimos, vemos ou sentimos o mundo exterior a partir de um determinado ponto de vista, isto só vai fazer sentido se o indivíduo estiver orientado.
Exemplificando de forma prática, nós olhamos o mundo com os dois olhos. A partir daí o cérebro compara as duas imagens obtidas e usa estas para formar uma imagem mental tridimensional que nos informa sobre a distância e profundidade.
O mesmo acontece com os ouvidos para determinar em que direção o som vem vindo.
A desorientação ocorre quando estamos carregados por estímulos ou pensamentos. Isto acontece quando o cérebro recebe informações conflitantes, dos diversos órgãos dos sentidos, e tenta correlaciona-las.
Quando nós estamos desorientados, o nosso cérebro vê movimento em objetos que na realidade estão imóveis ou seu corpo se sente como se você estivesse se movendo, quando na realidade está parado.
Isto vai fazer o sentido de tempo se tornar mais lento ou mais acelerado. Quando a desorientação ocorre, todos os sentidos, exceto o paladar, são alterados.
No caso da dislexia, eles não experimentam a desorientação, e sim, eles fazem ela acontecer. Os disléxicos usam a desorientação num nível inconsciente a fim de perceber multidimensionalmente pois, alterando seus sentidos, eles são capazes de experimentar as múltiplas visões de mundo levando eles a perceberem os objetos a partir de várias perspectivas.
Quando estão aprendendo a ler, as confusões se amontoam e ele irá atingir seu limite de tolerância a confusão. Esta confusão faz com que ele não veja o que realmente está vendo e o que está escrito na página, mas sim, o que ele pensa que está vendo na página.

Da mesma forma em que a desorientação trás prejuízos, ela também trás vantagens aos disléxicos. Segundo Ronald Davis e Eldon Braun, fazendo esta acontecer, eles desenvolvem outras habilidades tais como:

  • são capazes de usar seu dom mental para alterar e criar percepções;
  • são altamente conscientes do meio ambiente;
  • são mais curiosos que a média geral;
  • pensam bem mais em imagens do que em palavras que os tornam altamente criativos;
  • usam todos os sentidos para perceber o mundo de forma multidimensional;
  • são altamente intuitivos e capazes de múltiplos insights;
  • tendem a vivenciar o pensamento como realidade;
  • são capazes de criar imagens vívidas.

Estas características levam os disléxicos a terem uma inteligência na média ou acima da média.