INCLUSÃO: TRANSTORNOS NA PERCEPÇÃO

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TRANSTORNOS NA PERCEPÇÃO

TRANSTORNOS NA PERCEPÇÃO VISUAL

A percepção faz com que as pessoas tomem conhecimento da realidade que os rodeia. Contudo, em muitas situações, nossos alunos podem apresentar algum transtorno ou deficiência que afetam a aprendizagem por prejuízos na percepção visual.

As agnosias são definidas como alterações que implicam na impossibilidade de reconhecer objetos, por uma modalidade sensorial, tanto por via visual, auditiva ou tátil.

Quando o transtorno se manifesta pela área visual podemos observar transtornos na discriminação e reconhecimento visual, excluindo os casos de cegueira e baixa visão, onde os alunos apresentam uma visão perfeita e possuem dificuldades em reconhecer ou distinguir o que veem sejam objetos inanimados, imagens, animações ou símbolos gráficos.

Para ter uma boa percepção visual o aluno tem que ter:

– atenção visual: fixar a atenção em um determinado estímulo;

– discriminação visual: perceber as diferenças e semelhanças entre os estímulos;

– perceber a figura fundo: diferenciar o essencial do periférico onde os alunos são capazes de separar os aspectos relevantes dos irrelevantes para a execução de uma atividade;

– constância visual: reconhecer as propriedades do objeto;

– memória visual: recordar o que foi visualizado;

– coordenação visomotora: a coordenação da visão com o movimento das partes do corpo.

As dificuldades, na área visual, acarretam dificuldades para recortar, desenhar, ler e escrever. Para avaliarmos esta área podemos analisar os seguintes aspectos:

– perdem-se na leitura e na cópia. Perdem a linha ao ler, acompanham a leitura com o dedo, fazem círculos ao redor da informação para não esquecer e confundem as letras pela posição espacial fazendo que ele reconheça a palavra em uma página e em outra não;

– não consegue identificar o que falta em uma imagem e não localizam um objeto no todo (figura fundo);

– demonstram dificuldades em se localizar-se no espaço escolar;

– tem dificuldades em distinguir formas, letras e palavras;

– invertem letras;

– não gostam de ler, de desenhos, livros e filmes;

– podem manifestar olhos vermelhos, lacrimejantes e esfrega os olhos com frequência;

– demonstra lentidão escolar e ficam olhando para as palavras por muito tempo;

– tem dificuldades e montar quebra cabeças;

– distrai-se com o excesso de estímulos e com a desorganização;

– tem dificuldades em reconhecer as diferentes formas de escrita (forma, impressa e cursiva) onde sabe a letra em um formato e não identifica em outro demonstrado preferência e mais facilidade em ler com letras grandes;

–  tem dificuldades com os cálculos.

 

TRANSTORNOS NA PERCEPÇÁO AUDITIVA

Para ter uma boa capacidade de percepção auditiva, os alunos necessitam ter uma boa discriminação auditiva a ponto de reconhecer a natureza do som verbal, musical e outros não pertencentes a língua.

Para conseguir uma boa percepção, os alunos necessitam ter:

– atenção auditiva: fixar a atenção nos estímulos sonoros;

– discriminação auditiva: diferenciar os diferentes tipos de sons;

– figura fundo: diferenciar os sons essenciais e periféricos;

– memória auditiva: recordar os sons ouvidos e associar a sua fonte.

Quando existem dificuldades nesta área, podemos notar as seguintes características:

– não percebem sons diferentes e tem dificuldades em diferenciar sons como; C/G, F/V, T/D, P/B, O/U, A/E;

– o aluno volta a cabeça em direção ao som para ouvir melhor;

– olha constantemente para os lábios e o rosto do professor e com atenção para as pessoas enquanto conversa;

– fala com frequência: Há?

– tem dificuldades em seguir instruções e compreender explicações;

– pedem, constantemente, para o professor repetir as ordens e vive perguntando o que foi dito;

– não compreende bem gravações;

– tem dificuldades em diferenciar mas/mais;

– tem pouco interesse em histórias infantis;

– tem uma qualidade receptiva pobre;

– ouve e pronuncia mal as palavras manifestando problemas na articulação da linguagem;

– fala baixo ou muito rápido;

– perde-se na leitura e perde o fio da história com facilidade;

– perde-se com o barulho da classe;

– é distraído, esquece com facilidade substituindo o nome dos objetos com expressões como “essa coisa” e não sabe números de telefone, endereços e aniversários;

– não processa explicações longas;

– interrompe as pessoas para não esquecer o que ia dizer;

– não recorda problemas matemáticos;

– os outros tem que lembra-lo daquilo que tem que fazer;

– passa o alfabeto todo para achar uma letra;

– recorda números mas não sabe a ordem e a sequência;

– se confundem com os dias da semana.

 

TRANSTORNOS DA PERCEPÇÃO TÁTIL

Os transtornos na percepção tátil se referem a incapacidade de reconhecer objetos pelo tato quanto aos critérios de tamanho, cor e configuração tridimensional.

As dificuldades nesta área podem ser constatadas quando:

– o aluno tem dificuldades para distinguir temperatura (quente, frio, morna, gelada), a textura (fino, grosso, liso, áspero), vibração (forte, fraca);

– podem existir agnosias aperceptivas que dificultam a cópia de figuras e a comparação destas;

– podem existir agnosias associativas onde não associam os objetos as experiências prévias;

– podem existir agnosias de integração que dificultam o reconhecimento de objetos mais complexos.