O UNIVERSO AUTISTA: O QUE É ADAPTAR?
Palavras chave: inclusão; educação especial; autismo; adaptação curricular
Adaptar significa acomodar as exigências do meio para que o aluno, com transtorno do espectro autista, possa interagir com o meio dando resposta adequadas ao contexto em que ele está inserido.
Ao falarmos em adaptação, temos que ter claro que esta deve começar com o prover condições para o aluno estar na escola no que se refere a recursos humanos e materiais.
Para que isto seja possível, temos que:
– ter uma mudança de postura com o entendimento de que o aluno é da escola e não do serviço de educação especial oferecido;
– capacitar e formar os professores e não prepará-los para atender os alunos. Se o professor for preparado ele vai receber socialmente o aluno mas, se for capacidade, vai exercer as suas atividades a favor do aluno;
-ter a consciência que mudar a nossa maneira de ser, nossos valores e nossas crenças é um processo doloroso e angustiante. Não adianta quere que o professor, que está vivendo algo novo, mude do dia para a noite. As pressões das equipes diretivas, mantenedoras e famílias levam muitos professores a trabalharem sob pressão. Todos os seres humanos gostam de elogios e de valorização e, uma palavra de apoio, as vezes vale mais do que muitos cursos de capacitação;
– a escola e os professores tem que abrir mão, em muitas situações, de suas regras e conhecimentos para experimentar o novo, o desconhecido e o misterioso. Isto significa dar um novo significado para a educação;
– o trabalho com autista exige a participação de todos neste contexto. Nenhuma informação pode ou deve ser desprezada. A responsabilidade da inclusão não é de uma pessoa, e sim de um grupo pois, soltando a responsabilidade em cima de uma pessoa, estamos usando o indivíduo e prejudicando o aluno. As pessoas, dentro do grupo, tem que ser respeitadas e não usadas para garantir a tranquilidade do processo.
– um professor só cria aprendizagens e estratégias diferenciadas se ele tem capacitação. Ler sobre autismo não é entender a pessoa com autismo. O professor tem que ter conhecimentos da neurociências, de como o cérebro processa as suas informações e de como um indivíduo aprende;
– a escola não pode trabalhar com ensaio e erro mesmo que, em algumas situações tenhamos que experimentar para acertar. Tentar e errar não pode ser a condição do nosso trabalho pois, quem é prejudicado, é o aluno. O autista tem que ter rotina e previsibilidade e mudar tudo, o tempo todo, desestrutura o sujeito levando o sujeito a stress;
– o coordenador pedagógico tem um papel importante este processo desde que este tenha capacitação e formação para fazer uma ligação efetiva entre família, escola e profissionais;
– a escola tem que estar abertos para o novo e não pode transpor a responsabilidade da inclusão para a educação especial. A criação dos objetivos e o planejamento das atividades cabe ao professor enquanto, o serviço de educação especial, vai dar suporte pegando os recursos adquiridos pela equipe diretiva, coordenados pelo coordenador e propostos pelo professor modificando-os a estrutura do ambiente e adequado as condições individuais do sujeito.