INCLUSÃO: DISGRAFIA X DISORTOGRAFIA: ASPECTOS IMPORTANTES

TEXTO DE UM ALUNO COM GRAFIA PREJUDICADA

DISGRAFIA X DISORTOGRAFIA: ASPECTOS IMPORTANTES

A disgrafia é uma dificuldade de aprendizagem do aluno que dificulta a realização de tarefas básicas no ato de escrever ligada a um problema perceptivo-motor.

Esta dificuldade não tem nada a ver com a capacidade intelectual, bem pelo contrário, geralmente digráficos são crianças inteligentes, porém sua dificuldade está na escrita, pois não conseguem coordenar os movimentos para escrever.

O que deve ser levado em conta é a metodologia que está sendo apresentada, como estes alunos estão psicologicamente e fisicamente.

Alguns disgráficos apresentam disortografia mas isto não é uma regra geral.

A disortografia é um emaranhado de letras, devido a falhas na memorização, que acarreta erros ortográficos. Isto inibe a criança e escrever se torna uma verdadeira tortura abalando a autoestima do aluno.

No caso da disgrafia, o traçado das letras e a disposição gráfica estão comprometidas devido a desordens motoras e espaciais causando uma letra indecifrável.

Neste aspecto a disgrafia se associa a disortografia pois observa-se erros ortográficos escondidos atrás de letras amontoadas. As trocas nas letras aparecem devido as suas semelhança fonéticas, fonológicas e espaciais.

A disortografia se caracteriza por trocas de letras, junção ou separação indevidas das palavras, confusões de sílabas, omissão e inversão e dificuldades em perceber sinalizações como parágrafos, acentuação e pontuação.

A disortografia não afeta a grafia, ou seja, a criança não será necessariamente disgráfica pois o traçado é preservado quanto a sua qualidade. Mas, pode haver casos com os dois distúrbios associados.

Nos dias de hoje, os computadores estão ditando um novo formato de escrita. A letra bastão é mais fácil para o disgráfico que a letra cursiva. Com a possibilidade de digitação, a disgrafia pode ser superada em termos de rendimento escolar.

A disgrafia não é algo adquirido. A criança vem com ela desde a barriga da mãe. Contudo, podemos ter uma disgrafia adquirida após uma lesão ou derrame que comprometa a coordenação motora da mão e braço.

Segundo CARACIKI (2006), existem dois tipos de disgrafia:

– motora: dificuldade motora onde a criança vê a figura gráfica mas não consegue realizar o movimento;

– perceptiva: a criança não faz relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e as frases.

No caso da disgrafia perceptiva, nota-se algumas características marcantes:

– lentidão na escrita;

– letra ilegível, com escrita desorganizada e traçados irregulares (traços muito fortes ou muito fracos);

– desorganização geral na folha devido à falta de orientação espacial onde o texto é desorganizado sem respeitar margem, param antes do final da folha, vão escrevendo para o lado, ultrapassam linhas e amontoam palavras no final de uma frase quando a linha está terminando;

– letras retocadas, malfeitas, atrofiadas, omissão de letras, números, formas destorcidas;

– movimentos contrários a escrita, espaçamento irregular e desorganização de formas (muito grande ou muito pequeno).

Para o diagnóstico é necessário exames oftalmológicos, audiológicos e eletroencefalograma.

O tratamento é por equipe multidisciplinar com neurologista, psicopedagogo, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.