INCLUSÃO: O QUE FAZER PARA AJUDAR O ALUNO COM DISLEXIA?

caricatura de um menino olhando para um quadro negro onde está escrita a letra b e na sua cabeça aparece escrita a letra d

 

O QUE FAZER PARA AJUDAR O ALUNO COM DISLEXIA?

 

Para ajudar o aluno devemos:

  • Fornecer um resumo do programa que será desenvolvido na semana, bem como o conteúdo programático do ano inteiro na primeira semana de aula.
  • Após a explicação do conteúdo do dia, fornecer um resumo da matéria;
  • Incentivar o aluno a elaborar esquemas e resumos;
  • Evitar falar e escrever ao mesmo tempo;
  • Avisar com antecedência quando tiver leitura de livros ou textos;
  • Propor atividades como entrevistas, pesquisas e atividades de laboratório;
  • Não sobrecarregar o aluno e perguntar se ele quer ajuda sem que o grupo perceba;
  • Deixar o aluno refazer trabalhos fora do horário de aula.

ADAPTAÇÕES NA SALA DE AULA:

  • O aluno com dislexia tem dificuldades com lidar com as diferentes formas de grafia. A letra cursiva e a de computador são mais difíceis que a letra de forma.
  • No início da alfabetização, introduza a letra de forma e não misture os diferentes símbolos ao  mesmo tempo. Deixe o aluno aprender a ler primeiro para depois solicitar a decodificação de novas grafias.
  • Muitos disléxicos apresentam disgrafia. Não adianta caderno de caligrafia. O melhor é trabalhar a questão motora e identificar qual o tipo de disgrafia que apresentam. Em casos muito graves, se aconselha a digitação.
  • Os disléxicos tem dificuldades com aulas expositivas. Se o professor usar palavras chaves, no quadro, ele conseguirá organizar o seu pensamento com mais facilidade.
  • Não dê trabalhos e provas com pouco espaço entre as linhas e parágrafos. Ele se perde pela questão espacial. Quando tenta reduzir a letra, para caber no espaço, a escrita piora.
  • A consciência fonológica destes alunos é muito pobre. Deixe em sala de aula cartazes que associem gravuras a sons específicos.
  • A matemática pode ser prejudicada pela defasagem na lateralidade e não pelo desenvolvimento do raciocínio lógico matemático. A apresentação dos cálculos deve ser modificada.
  • Os alunos possuem melhor rendimento em provas de múltipla escolha, numerar uma coluna de acordo com a outra e de colocar verdadeiro e falso.
  • Não faça provas longas que possuam muita leitura e escrita. Sua lentidão faz com que ele não consiga terminar ou, ao lutar com o tempo, acaba ansioso e não consegue fazer.
  • Deixe o aluno sentado próximo ao professor para que ele possa solicitar ajuda sem que o resto da turma veja.
  • Depois de uma explicação, verifique discretamente se ele entendeu a ordem dada.
  • Sempre leia as provas e as atividades propostas em voz alta. Além disso, não use letra pequena para a realização das tarefas, no mínimo a doze mas de preferência a quatorze.
  • Deixe o aluno gravar a aula se ele quiser.
  • Utilizar materiais como relógio digital, calculadora, gravador, material de cursineire, material dourado, folhas quadriculadas para a confecção de cálculos, máscara para a leitura de texto, letras com várias texturas, cadernos de letras em textura,
  • Incentivar o aluno a confeccionar o próprio material para a alfabetização como desenhar e montar a sua cartilha.
  • Utilizar fotografias e imagens reais.

ORIENTAÇÕES QUE DEVEM SER DADAS AOS PROFESSORES:

1. evite dizer que a criança é lenta, preguiçosa e compará-la aos outros alunos da classe;

2. não forçar a criança a ler em voz alta, na sala de aula, a menos que ela deseje fazer isto;

3. encorajar a criança a repetir o que lhe foi dito para fazer e a transmitir mensagens e recados. Ouvir a sua própria voz ajuda na compreensão e na memória;

4. rever sempre as atividades do aluno junto com ele para que ele aprenda com os seus erros e acertos;

5. tente não dar cópias do quadro com muita frequência. Ao invés disto, de a matéria em uma folha para que ele copie em sua classe.

6. demonstre paciência, compreensão e amizade. Isto ajuda a levantar a autoestima. Elogie sempre os seus acertos;

7. ensine-o a ler palavras longas. No início, ensine ele a ir separando as sílabas com um lápis;

8. dê menos atividades para casa para não sobrecarregar o aluno. Quantidade não é sinônimo de qualidade;

9. não risque de vermelho o seus erros. Ao invés disto, coloque bilhetes como “você se esforçou mas estude mais”, “da uma olhadinha de novo. Temos coisas para arrumar”;

10. não dê as suas notas em voz alta pois, quando estas estiverem baixas, isto humilha o aluno perante o grupo;

11. não force ele a modificar a sua escrita com cadernos de caligrafia e com repetição de palavras. A modulação da caligrafia é um processo longo;

12. dê um tempo maior para ele realizar as avaliações escritas;

13. use sempre uma linguagem simples e clara nas avaliações tanto orais como escritas;

14. uma língua estrangeira é muito difícil para eles. Procure fazer as suas avaliações em termos de trabalhos e pesquisas;

15. fale abertamente com ele sobre as suas dificuldades e que você vai ajudá-lo a superar mas, o principal agente desta mudança é ele mesmo;

16. encoraje ele a encontrar coisas em que ele se saia bem e estimule o aluno a realizar estas atividades;

17. ajude-o a ser organizado;

18. encoraje ele a ter atividades extraclasse como esportes, música, fotografia e desenho;

Vale lembrar que a dislexia é uma condição vitalícia. Mesmo assim, os sintomas que estão presentes em um ponto do desenvolvimento, podem não estar necessariamente evidentes em outro.

Existem disléxicos que se tornam leitores fluentes, embora com uma ortografia deficiente. Em outros casos, as dificuldades com a consciência fonológica persistem, bem como a capacidade de soletração e nomeação rápida.

Existe um caráter hereditário na ocorrência da dislexia. Geneticistas acreditam que, se o pai é disléxico, há 50% de chance da criança ser disléxica e cerca de 40% se a mãe dor afetada.

O que é herdado não é a deficiência na leitura mas os aspectos relacionados ao processamento da linguagem.