INCLUSÃO: O QUE É NECESSÁRIO PARA UM ALUNO TER SUCESSO NA SUA ALFABETIZAÇÃO?

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O QUE É NECESSÁRIO PARA UM ALUNO TER SUCESSO NA SUA ALFABETIZAÇÃO?

Para ter sucesso no processo de alfabetização o aluno tem que ter algumas habilidades, competências e áreas bem trabalhadas que facilitem a aquisição da língua escrita e oral. Sendo assim, o aluno precisa:

– ter consciência do esquema corporal e ritmo;

– ter organização espacial para descobrir relações espaciais entre objetos e representar situações em espaços gráficos amplos e reduzidos;

– vivenciar sequencias temporais no seu cotidiano para que posa organizar imagens e sequenciar acontecimentos;

– ter a noção de classificação e pareamento para que possa organizar objetos por categorias;

– realizar atividades de seriação que os levem a realizar coleções e entender a reta numérica;

– realizar atividades que levem o aluno a descobrir a relação de causa e efeito;

– adquirir a noção de lateralidade identificando a direcionalidade para a esquerda e direita;

– desenvolver atitudes de ordem pessoal e social como: hábitos de higiene pessoal, bucal, cuidado com o ambiente escolar, cuidado com o corpo e saúde, prevenção de enfermidades, segurança, direitos e deveres, atitudes ambientais e alimentação saudável.

Com estas noções bem trabalhadas, o aluno será capaz de:

– reconhecer as letras do alfabeto diferenciando letra, número;

–  distinguir vogais e consoante;

– ter a capacidade de classificar;

–  praticar a pronúncia dos fonema, desenvolver a linguagem expressiva e a articulação de sons;

– associar imagens e palavras pois desenvolveu a percepção visual;

– discriminar os diferentes sons das letras;

– achar a letra que falta nas palavras pois desenvolveu as habilidade de análise e síntese e de percepção da figura fundo.

Sendo assim, temos que investir em trabalhos diferenciados nas seguintes áreas:

Esquema Corporal – Conhecimento adequado do corpo que leva a criança a tomar o seu corpo como referência no espaço e construir, pela experiência, uma série de conceitos.

Lateralidade: O conceito de direita e esquerda é de muita importância para o processo de alfabetização, pois está intrinsecamente ligado ao conceito de imagem corporal e de lateralidade. Dificuldades, nesta área, se refletem na orientação espacial, no sentido direcional e, muitas vezes, é responsável pela letra espelhada.

Orientação Espacial – Relação entre o objeto e um ponto de referência. Crianças que iniciam o processo de alfabetização sem possuírem as noções de posição e orientação espacial confundem letras pela orientação espacial, não respeitam a ordem das letras ao escrever uma frase, não acompanham adequadamente as palavras com os olhos durante a leitura e esbarram com frequência em obstáculos dispostos no espaço;

Orientação temporal – O domínio de determinados conceitos (ontem, hoje, amanhã, dia, mês, ano, horas, estações do ano, etc.) permitem que a criança se oriente no tempo imediato e possa projetar o futuro. A ausência da orientação temporal pode causar dificuldades na verbalização das palavras pois trocam a ordem das letras, tem dificuldades em aprender tempos verbais e tem baixo rendimento em ditados pois não se organizam para escrever uma palavra,

Ritmo – É uma condição inata do ser humano. Ele possibilita a criança entender o sucessor e, dificuldades nesta área, levam a uma leitura silábica, lenta, sem entonação adequada e sem pontuação. O aluno não faz pausas ao ler e, ao escrever, amontoa as palavras em uma frase.

Análise-síntese visual e auditiva –  A língua portuguesa é uma língua alfabética, ou seja, cada letra representa um determinado som. A criança ao ver uma palavra deve decompô-la em suas partes constituintes (análise) e recompô-las, unindo as partes ao todo (síntese). Dificuldades neste processo acarreta problemas em conseguir dominar o arranjo das letras ou sílabas para formar outras palavras.

Habilidades visuais específicas –  A criança tem que ter a capacidade de perceber e discriminar as  semelhanças e diferenças entre os objetos e imagens trabalhando, efetivamente, a percepção de formas e tamanhos, diferentes grafias, percepção de figura-fundo e memória visual. Se existem falhas na discriminação de figura-fundo e a atenção é dispersa, pouco ou nada se conseguirá memorizar.

Acompanhamento visual – Refere-se ao deslocamento dos olhos ao longo da linha tanto no ato de ler como de escrever. As dificuldades relacionadas ao movimento ocular são as causadoras de uma leitura lenta e silabada caracterizada por inversões, omissões e adições de letras, sílabas e palavras.

Coordenação viso-motora – Implica na  integração entre a visão e os movimentos do corpo. As crianças que não conseguem coordenar os movimentos da mão com o movimento ocular terão dificuldades em todas as atividades que envolvam a coordenação viso-motora (olho-mão), perdendo a noção da seqüência na execução da produção gráfica.

Habilidades auditivas específicas – É por meio do sistema auditivo e visual que as informações gráficas e auditivas são recebidas e conduzidas ao cérebro para serem analisadas e armazenadas. Se existem dificuldades nesta área, o adequado contato dos estímulos do ambiente com o sistema nervoso central fica prejudicado levando o cérebro a lidar com informações distorcidas.

Memória cinestésica – É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. A memorização dos movimentos motores permite a acumulação das experiências motoras e impede o constante reaprender.

Linguagem oral – os erros na articulação de sons, problemas de consciência fonológica e os vícios de linguagem decorrentes do ambiente, podem levar a problemas na aprendizagem da leitura e escrita. Crianças que falam errado, acabam escrevendo errado. Crianças que ouvem os outros falando errado, falam e escrevem errado.

Função social da escrita e da leitura – É o entendimento de para que serve ler e escrever. As crianças que vivem em uma sociedade letrada observam os atos de leitura e escrita dos adultos e de parceiros mais experientes e tentam compreender seus diferentes usos e funções.  Um ambiente onde a leitura não é estimulada, onde o aluno não tem acesso a materiais escritos e onde não se valoriza a função social da escrita e da leitura, pode ser um empecilho para a alfabetização. Aprender a ler requer vontade, prazer e engajamento.