O QUE É EDUCAÇÃO ESPECIAL?
Ao longo do tempo, a educação especial vem sendo identificada como o ramo da educação, do ponto de vista pedagógico, que atende aos indivíduos que apresentam alguma deficiência a qual impede seu desenvolvimento normal e a aprendizagem de determinados conteúdos com a metodologia habitual e no mesmo ritmo dos outros alunos.
Muitas terminologias vem sendo usadas, com o passar do tempo, para designar a educação especial tais como:
- Pedagogia curativa: que enfatizava os cuidados requeridos pelas crianças com grau de desenvolvimento inferior ou em situação de desvantagem. Foi proposto por Asperger (1966) e Debesse (1969);
- Pedagogia corretiva: com enfoque no âmbito do aprendizado, nas potencialidades do indivíduo e no ensino corretivo proposta por Bomboir (1971);
- Pedagogia especial: projetada para o indivíduo visando o desenvolvimento normal e considerando as possibilidades de aprendizagem. Zaballoni (1979 a 1983);
- Pedagogia terapêutica: onde a incapacidade desaparece e se acredita na constante melhoria. Garcia Hoz (1978), Moor (1978), Meler (1982) e Ortiz (1988);
- Ensino especial: Unesco, 1958 o qual parte do pressuposto de aplicar os mecanismos necessários para atender alunos com limitações, conduzindo-os para seu máximo desenvolvimento através do uso de estratégias e técnicas diferenciadas;
- Didática diferencial e especial: Gomes (1987), que estabelece modelos de ensino em função dos modos de aprendizado dos indivíduos além de organizar métodos e recursos conforme as necessidades individuais;
- Didática especial diferenciada: Lopez Melero (1990-1991), que coloca a exigência de adaptação de modelos e padrões adequados as diferenças individuais;
- Didática curativa, terapêutica e diferencial: Fernadez Huerta (1985) que estabelece modelos de ensino de acordo com as capacidades educativas dos indivíduos para obter melhoras sucessivas e graduais.
A RECONCEITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A educação especial ainda insiste na necessidade de diagnóstico específico e padronizado, para definir a sua clientela, que acaba por reduzir os alunos a um contexto especial e afastando os educandos do currículo regular pois preconiza os currículos especiais que acabam sendo segregacionistas.
Para reconceituarmos a educação especial são necessárias mudanças nos seguintes aspectos:
- Ideológicas e institucionais: que requerem uma integração escolar e familiar, debate público e uma legislação que estabeleça na prática a igualdade de oportunidades;
- Evolução dos serviços: não bastam escolas, e sim, serviços comunitários e públicos agindo em conjunto e com a divisão de responsabilidades;
- Conhecimento científico: capacitação dos professores para que possam fazer uma análise do processo de aprendizagem, mudarem o conceito de educação especial e seu significado e buscando, nos seus alunos, um comportamento inteligente e não inteligência em termos de QI.