ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
A ansiedade de Separação pode ser definida como a ocorrência de excesso de ansiedade devido à separação, real ou prevista, da criança em relação a seus cuidadores.
É uma das doenças mais representativas de ansiedade na infância. A ansiedade da separação como um transtorno é diferente da ansiedade de separação evolutiva que acontece, geralmente, mais tarde durante a infância e até adolescência, é durável e permanente e seus sintomas interferem significativamente nas atividades diárias do indivíduo.
Os sintomas mais comuns são:
– sofrimento excessivo quando a separação ocorre ou é antecipada em relação a casa ou duas figuras importantes ligadas, ou seja, medo de ir para a escola e que alguém não vá busca-lo;
– preocupação excessiva e persistente sobre a possível perda das principais figuras ligadas ou sofrem danos possíveis, ou seja, medo que os cuidadores morram;
– preocupação excessiva e persistente a possibilidade de que um evento adverso vai levar a separação de uma grande figura de apego, ou seja, medo de se perder ou ser sequestrado;
– resistência ou recusa persistente a ir para a escola ou em qualquer outro lugar por medo da perda de contato com a figura de apego;
– recusa resistência ou medo persistente ou excessiva de estar em casa sozinho ou sem grandes figuras de apego, ou ficar em uma festa sem os cuidadores;
– persistente ou relutância em ir dormir sozinho no seu quarto ou na casa de amigos;
– pesadelos repetidos com temas de separação, ou seja, morte, sequestro, abandono entre outros;
– repetidas queixas de sintomas físicos como dores de cabeça, dor abdominal, náuseas ou vômitos quando a separação ocorre ou ele sabe que está vai ocorrer.
Para ser caracterizado como uma ansiedade de separação é necessário que estes sintomas estejam ocorrendo por, pelo menos, há quatro semanas e tenha iniciado antes dos 18 anos.
Estes sintomas causam sofrimento social, acadêmico e pessoal comprometendo as atividades diárias do indivíduo. Apesar de ser comum em indivíduos que apresentam transtornos globais do desenvolvimento, pode ocorrer com indivíduos sem um transtorno diagnosticado.
Se não for tratada pode levar a transtornos psicóticos, síndrome de pânico, agorafobia e uma fobia escolar que prejudica o desenvolvimento e a educação da criança. Cerca de 60% a 80% dos alunos, que se recusam a ir à escola, sofrem de ansiedade de separação.
A escola tem um papel importante no tratamento. Os professores devem acalmar a criança, minimizar o que está acontecendo e relaxar pois a nossa ansiedade frente a situação, mesmo que de forma inconsciente, é passada para a criança.
Na escola, podemos deslocar a atenção da criança para outros eventos e para atividades que ela gosta, principalmente no início e no final das aulas, retirar situações que causem preocupação e medo a criança e trabalhar junto com a família e o terapeuta.
Os terapeutas geralmente usam técnicas de condicionamento clássico, dessensibilização e condicionamento operante. É feito com o indivíduo um treinamento para relaxar frente a ansiedade.