A EVOLUÇÃO DO DESENHO DA CRIANÇA
A criança evolui, no seu desenho, por fases que podem ser observadas claramente.
Em um primeiro momento, podemos observar uma garatuja ordenada circular onde há a conquista do movimento circular. No início da representação, ela começa a associar o seu desenho a uma imagem mental.
A seguir, vem uma garatuja nominada que pode ocorrer como uma mescla de uma etapa para outra. Neste ponto, podemos observar a saída do pensamento motor para o pensamento representativo.
A linguagem motora está ligada a linguagem oral e a criança conta a história do seu desenho através de frases.
A partir daí, vem a fase do pré-esquema que, em sua fase inicial, pode ser confundida com a garatuja circular. A ocupação do espaço, no papel, não obedece a nenhuma regra, ou seja, não há uma linha de base e o desenho se encontra solto na folha. O critério de cor ainda não existe e aparece uma única cor.
A criança costuma desenhar o que sabe do objeto e não o que vê. Muitas vezes, seu desenho lembra formas geométricas.
Em um momento seguinte, o olho que no começo segue a mão, passa a guia-la. Começa a preocupação com o desenvolvimento da cor mas, o seu uso, ainda é arbitrário. A forma do desenho está mais estruturada e ele desenha símbolos que representam o ambiente.
A seguir, em outra fase pré-esquemática, a criança começa a estruturar seu desenho utilizando bonecas, flores e sol. Nesta fase, a criança já se encontra no período operatório entre 4 e 6 anos. Os símbolos usados estão relacionados a criança, que é o centro do universo, e começamos a aparecer a preocupação com a linha de base.
Já na fase do esquema, notamos uma preocupação em localizar as formas no espaço relacionando-as. As formas começam a se organizar sobre a linha e ela usa a folha como linha de base.
As formas sobem e descem e, o desafio, é preencher o espaço. Existe uma preocupação com a colocação de linha de base nos desenhos e, este aspecto, indica que a criança passou a perceber as relações existentes entre a criança e o meio.
Podemos notar a representação do espaço e tempo por imagens não semelhantes e um única sequência do desenho. Ela começa a realizar um desenho tipo raio x ou transparente preocupando-se em começar pelo chão e delimitando, também, o céu. As formas crescem e são totalmente preenchidas.
As duas linhas, de céu e base, não se relacionam diretamente. Como um jogo de equilíbrio, as formas e sinais são trabalhados. Por fim, geralmente, a criança chega ao realismo e podemos notar este quando ela ultrapassa a frustração entendendo o real.
No realismo, as formas e o fundo são conquistados havendo um aprimoramento com a riqueza de detalhes. O desenho mostra perspectiva e utiliza uma diversidade de técnicas.