INCLUSÃO: TRANSTORNOS DE MEMÓRIA

IMAGEM DE UM CÉREBRO DE PERFIL COM UM LÁPIS APAGANDO ALGUMAS PARTES

 

TRANSTORNOS DE MEMÓRIA

 

O trabalho prioritário do nosso cérebro é mantermos vivos. Qualquer ameaça ativa o sistema de memória. Algumas informações são acionadas na nossa memória sem que a gente perceba. Ex: dirigir um carro. Para a aprendizagem temos que usar a nossa memória de curto prazo e a nossa memória de longo prazo.

Na verdade temos vários tipos de memória.

A memória visual imediata permite a criança reconhecer imediatamente os estímulos apresentados. Quando ele é pobre, a criança não consegue reter as informações. Ela se torna necessária para a ortografia.

Quando a memória auditiva é deficitária as crianças não conseguem seguir instruções longas, onde as instruções devem ser dadas em partes. Estas crianças acabam tendo dificuldades para recordar certas palavras , usualmente dizem “essa coisa” no lugar da palavra.

A memória auditiva imediata para letras e números é uma destreza do hemisfério esquerdo e, memorizar ritmos, melodias, tom e inflexão de voz são destrezas do lado direito. Para memorizar as combinações de letras com os sons é uma destreza que exige ação de ambos os hemisférios.

Existe também a memória cinestésica ande a criança necessita tocar para aprender e poder reter a informação.

O processo de memorização passa por quatro fases:

  • Fixação ou registro das lembranças – apreensão perceptiva do fato onde a motivação, a atenção e a afetividade fazem toda a diferença.
  • Armazenamento – o que é percebido é comparado com outras informações e armazenado.
  • Evocação – se faz uso das lembranças de forma espontânea e voluntária quando se torna consciente com uma determinada finalidade.
  • Reconhecimento – que é a identificação da lembrança evocada.

O nosso cérebro é inimigo da incoerência. O que não tem significado não fica armazenado.

A memória visual é básica para a aprendizagem da leitura e da escrita. Quando a memória visual imediata é deficitária, temos que buscar outras estratégias para compensar este déficit.

Quando a memória auditiva é deficitária, o aluno tem dificuldades em seguir as instruções.

TIPOS DE MEMÓRIA:

  • Memória de curto prazo (memória imediata ou memória de trabalho).
  • Memória de longo prazo que é dividida em:
  • Memória sensorial: (auditiva e visual);
  • Memória declarativa:  (memória explícita que é o que a gente recorda);
  • Memória episódica: (memória biográfica que guarda dados do acontecido em um determinado espaço e tempo);
  • Memória semântica: (memória geral para fatos do mundo, regras e tabuadas);
  • Memória processual: ( memória para habilidades e hábitos).

PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO:

  • Registro ou memória sensorial – a informação é captada pelos sentidos e são selecionadas com base na importância. Se não fosse assim, nós teríamos um curto circuito no nosso cérebro.
  • Memória de curto prazo – a informação que não foi descartada fica para ser usada na memória de trabalho. A memória imediata é acionada por cerca de 30 segundos para que possamos determinar a sua importância.

Depois que a memória de trabalho reuniu, separou e trabalhou as informações, ela vai ser armazenada em outro local.

ESTRATÉGIAS PARA AS DIFICULDADES DE MEMÓRIA:

A memória depende da retenção. Esta se refere ao processo pela qual a memória a longo prazo preserva uma aprendizagem de maneira que possa ser localizada, identificada e relembrada de forma precisa no futuro.

O grau de atenção do indivíduo, a duração desta, o tipo de prática que teve e a influência das atividades passadas vão influenciar diretamente na memória.

Para ajudar o aluno podemos usar técnicas de memorização, organizar a informação por categorias, memorizar listas, utilizar música e ritmo para ensinar a tabuada, usar sinais de trânsito para ensinar pontuação, ressaltar aspectos importantes em um texto ou exercício com cores diferentes, usar estratégias orais, auditivas e cinestésicas para introduzir um conteúdo, realizar repetição de exercícios, realizar conexões e associações  a alguma palavra conhecida, reduzir a quantidade de informação apresentar as informações de várias maneiras.

ESTRATÉGIAS PARA AS DIFICULDADES DE MEMÓRIA VISUAL:

  • Apresentar objetos com figuras, concretos e manuseáveis.
  • Dar cartões com formas para copia.
  • Dar cartões com seqüência de letras e números para cópia.
  • Mostrar figuras, pedir que identifique e organize por categorias.
  • Jogos de esconder pessoas e objetos para relembrar o que foi retirado.
  • Jogos de encontrar semelhanças entre palavras, comparar palavras pequenas e grandes, associar palavras a desenhos, formar outras palavras usando letras da palavra anterior.
  • Devemos tomar cuidado pois, se a memória visual é pobre, todos os tipos de memória estão comprometidos.

ESTRATÉGIAS PARA AS DIFICULDADES DE MEMÓRIA AUDITIVA:

  • Atraia a atenção da criança chamando-a pelo nome;
  • Mantenha contato visual;
  • Encurte as frases e limite-se a elementos mais importantes;
  • Coloque ênfase nas palavras chaves;
  • Não dê muita informação de uma vez só;
  • Peça para ela uma curta repetição da instrução;
  • Ensine a criança a verbalizar o que ela vai fazer (primeiro, depois, por último);
  • Evite falar em um só tom e varie o tom, volume e ritmo da fala e ajude o aluno usando a instrução também pela via visual e cinestésica.

ESTRATÉGIAS PARA AS DIFICULDADES DE MEMÓRIA AUDITIVA:

  • Brincar de eco com três tons;
  • Repetição de seqüência com palmas e batidas;
  • Dar duas a três instruções para que a criança execute;
  • Brincar com frases aumentando o tamanho;
  • Brincar de restaurante servindo as sobremesas na ordem certa;
  • Memorizar poesias, canções e rimas;
  • Dizer uma série de palavras, ler uma história ou mostrar um desenho descrevendo-a em detalhes e, após, pedir para o aluno desenhar;
  • Brincar de mensageiro, telefone sem fio, lista de cores para a criança repetir, usar gráficos de palavras, brincar de meu tio foi viajar.
  • Estratégias para melhorar a atenção auditiva e visual:
  • Jogo do despertador (procurar o relógio), jogo da corrente com a letra inicial e final e telefone sem fio;
  • Colocar objetos e pedir que a criança descreva este. Ir aumentando o número de objetos, colocar e tirar objetos pedindo que a criança diga o que falta e o que foi colocado, dar letras móveis e pedir que escreva coisas que estão presentes na sala, trocar as crianças de posição e pedir que ela diga quem trocou de lugar;
  • Marcar as figura iguais a do modelo e procurar usar letra como: p,b,d,q,u,n,m,e,a,f,j,g e figuras geométricas com posições diferenciadas;