INCLUSÃO: OS SENTIMENTOS DOS PAIS QUANDO RECEBEM O DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

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OS SENTIMENTOS DOS PAIS QUANDO RECEBEM O DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Receber o diagnóstico de que o seu filho apresenta transtorno do espectro autista, gera uma série de emoções muito fortes para as famílias e amigos mais próximos.

Os pais, desde a gravidez, imaginam um futuro para os seus filhos. Este diagnóstico, causa um impacto emocional sobre todos os familiares. Possivelmente, esta criança não vai ser a bailarina que a mãe imaginou, o médico que o pai idealizou ou o cientista que a avó queria que ele fosse.

É muito comum os pais e familiares demonstrarem raiva pelas pessoas que diagnosticaram este problema. A capacidade destes profissionais é questionada e muitas colocações, pelo stress de um processo longo de diagnóstico, são mal interpretadas. Isto acontece, também, pelo fato de alguns pais encontram profissionais sem nenhuma capacidade de empatia que colocam apenas as limitações e dificuldades, sem salientar as possibilidades e potencialidades dos indivíduos o que faz com que os pais e revoltem e até se desesperem com este diagnóstico vendo o autismo como uma sentença e não um desafio.

No final do diagnóstico, que costuma ser longo e cansativo, sentimentos confusos podem aflorar como:

  • ALÍVIO: muitos pais recebem este como um alívio pois o processo de diagnóstico é muito estressante. A ansiedade de não saber o que está acontecendo de errado com o seu filho e as consultas constantes são amenizadas pelo diagnóstico final levando a um alívio temporário;
  • CULPA: muitos pais acham que a culpa é deles, que fizeram algo errado pois a mãe tomou algum medicamento durante a gravidez, os pais brigaram em algum momento, que não cuidaram bem do filho nos primeiros dias de vida. Os pais tem que ter claro que o autismo pode acontecer com qualquer um, em qualquer raça e em qualquer lugar independente das atitudes dos pais;
  • PERDA: o diagnóstico leva a morte daquele filho perfeito e imaginado e isto pode causar um luto que pode durar um dia, semanas, meses, anos ou, em alguns casos, nunca acabar;
  • MEDO DO FUTURO: os pais passam a temer pelo futuro dos filhos. O que vai acontecer quando a gente morrer? Quem vai cuidar dele? Ele vai ser um peso para os outros? Os pais tem que rever o seu conceito de futuro e viver um dia de cada vez.

Os sentimentos são variados mas o mais importante é que os pais busquem informações verdadeiras e atualizadas. Grupos de pais de autistas, associações e movimentos sociais em prol da pessoa autista são de grande ajuda pois pais e familiares podem dividir as suas angústias e buscar alternativas para as dificuldades do dia a dia.

Com o recebimento do diagnóstico, as relações familiares são alteradas. Temos que estar atentos aos seguintes aspectos:

  • PAIS: os pais tem que se unir e não se separar. Aonde um deles se exime ou discorda do diagnóstico, acaba colocando a sobrecarga toda em cima do outro que poderá não aguentar sozinho;
  • PLANEJAR OUTROS FILHOS: os pais ficam com medo de ter outros filhos e, quando levantam esta possibilidade, pode ser para ter alguém que possa cuidar do filho no futuro. Ter um filho autista não quer dizer que você vai ter outro filho autista. As chance são de 2% a 3%;
  • IRMÃOS: os irmãos podem ter ciúmes pois os pais acabam dando mais atenção ao outro filho, pelas suas necessidades, ou ficar irritado pois o irmão não participa das brincadeiras que ele espera. Os pais tem que dividir a atenção com todos os filhos e envolver estes no tratamento de forma leve, participativa e criativa;
  • AVÓS: os sentimentos são variados e vão desde o choque, a negação, a dor e a preocupação. Na tentativa de ignorar o que está acontecendo, muitas vezes eles acreditam que é mais um problema de disciplina do que autismo.

Desta forma, familiares e amigos podem auxiliar os pais com atitudes como:

  • Tentar aceitar e respeitar o diagnóstico;
  • Ajudar os pais a entender que as suas atitudes não causaram o problema do filho;
  • Oferecer ajuda mas não ficar pressionando os pais;
  • Tentar não acusar e não associar os comportamentos problema a falta de limites dos pais;
  • Apenas ouvir pois muitas vezes os pais só querem desabafar;
  • Não mostrar constrangimento pelas suas atitudes deste indivíduo em público.