OS PORTADORES DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E AS FALHAS NA COERÊNCIA CENTRAL
Os indivíduos que apresentam transtornos do espectro autista manifestam a dificuldade em entender o contexto e, em muitas situações, se apegam a detalhes que para nós parecem insignificantes mas, para eles, possuem um significado mesmo que não consigamos identificar o motivo.
Quem não apresenta este transtorno, possui a capacidade de reunir todas as informações de um objeto ou situação, para entender o contexto usando, desta forma, a sua capacidade de coerência central.
Devido a falhas nesta área, para o autista o sentido global de uma frase, objeto ou situação, passa desapercebido pois, em muitas situações, a nossa fala parece como um idioma estrangeiro.
É como se fossemos brasileiros e entrássemos em um restaurante, no Japão, onde ninguém falasse o nosso idioma. Entender o que eles estão falando e o que esperam de nós é quase impossível e, com certeza, isto nos colocaria em um grau elevado de ansiedade.
Esta falta de coerência central pode ser observada em situações como:
– quando brincam com um objeto, por exemplo um carrinho, se fixam nas rodas girando estas sem parar. Mas o carro como um todo, não é percebido;
– em figuras prestam a atenção e uma parte onde queremos que ele localize outra ou descreva a cena. Isto faz com que ele fique repetindo, constantemente, uma palavra referente aquela parte pois é o que ele está visualizando;
– podem ter interesses sensoriais repetitivos e rígidos baseados em texturas ou em determinada sensação, ou seja, seguram panos nas mãos, comem sempre as mesmas coisas, não comem alimentos misturados, não comem alimentos de determinada cor, não suportam ou buscam determinado aroma e não toleram ou procuram incessantemente algum som;
– não entendem as expressões faciais do outro, onde eles veem o rosto da pessoa mas não a sua emoção a não ser que haja uma mudança repentina no tom de voz e/ou na postura corporal;
– são muitos rígidos em relação ao aprendizado onde querem fazer as coisas da mesma forma tendo dificuldades em transferir as aprendizagens de uma situação para outra;
– rigidez de comportamento onde não se concentra nos atos em si, mas sim, na rotina.