OS ARGUMENTOS CONTRA E A FAVOR DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
As opiniões e relação a educação inclusiva são divergentes. Há aqueles que acreditam em uma proposta de inclusão e outros que consideram esta, pela falta de estrutura e de planejamento, uma forma de exclusão.
Segundo os pessimistas:
• Os professores da escola comum não estão preparados para ensinar alunos com deficiências;
• Na escola comum, não há especialistas e equipamentos especiais para atender as necessidades relacionadas a deficiência física, mental, sensorial e múltipla;
• Alunos tão diferentes, na mesma sala de aula, não conseguem aprender no mesmo ritmo dos demais alunos;
• Os professores não sabem lidar com alunos que tem condutas que perturbam a aula e com deficiências grave;
• Os alunos com deficiência mental não conseguem acompanhar seus colegas;
• Os pai dos alunos não deficientes não aceitam a inclusão destes alunos na sala de aula;
• Não há apoio moral, técnico, material e financeiro da comunidade e do governo para implantar a educação inclusiva;
• É difícil avaliar a aprendizagem dos alunos com deficiências ou síndromes;
• O que adianta eles estarem em escolas inclusivas se não vão para universidades e os cursos profissionalizantes não são inclusivos;
• As escolas não possuem intérpretes para surdos e material específico em Braille;
• É mais fácil ensinar turma constituídas somente de alunos com deficiência;
• As escolas conseguem ensinar alunos com deficiências mais leves mas não aqueles com deficiências mais graves.
Por outro lado, os otimistas:
• Acreditam que nenhum aluno pode ser privado do ensino regular em função de suas condições físicas, sensoriais e cognitivas;
• A inclusão é um direito inerente de qualquer cidadão;
• A escola tem que se adaptar as necessidades dos alunos e esta tarefa não é tão difícil assim se o professor tem boa vontade;
• Os alunos com deficiência aprendem mais quando inseridos em uma escola regular pois eles tem modelos a seguirem que não estão vinculados somente a limitações;
• As crianças não discriminam, e sim, os adultos. Desta forma, quando preparados, a convivência entre os alunos deficientes e ditos “normais! é tranquila e colaborativa;
• Os alunos com deficiências tem potenciais para a aprendizagem independente de suas condições.
Contudo, respeitando as opiniões de ambos os lados, temos que ter claro que a inclusão requer:
• Professores capacitados, formados, informados e instrumentalizados para dar conta das necessidades específicas dos alunos;
• Investimento na educação pois a educação deste aluno demanda materiais e recursos específicos;
• Adequação do espaço físico pois colocar alunos com deficiência no ensino regular, sem os cuidados necessários, também é uma forma de exclusão;
• As escolas tem que ter serviços de suporte para dar conta das questões clínicas que não estão relacionadas ao pedagógico mas, de acordo com a sua intensidade, podem influenciar no âmbito educacional.
Inclusão escolar é sinônimo de inclusão social.
Como pensar em uma escola inclusiva se estes alunos e pais passam por lutas sem fim para conseguir uma fono ou um terapeuta educacional?
Como pensar em inclusão se as farmácias municipais não possuem as medicações mais caras?
Como pensar em inclusão se os professores, para poder sustentar as suas famílias, trabalham até 60 horas para ganhar um pouco mais?
Como pensar em inclusão se o acesso a um psicólogo, psiquiatra e neurologista só é possível para quem tem recursos financeiros?
Como pensar em inclusão se as verbas da maioria das escolas públicas mal cobre os gastos diários?
Contudo, a inclusão é um direito inegável de qualquer ser humano e não existe razão alguma que permita a discriminação de uma pessoa pela sua capacidade intelectual, capacidade de aprendizagem, cor, gênero, raça e religião.
Tomara que consigamos ficar no meio dos pessimistas e otimistas sendo, no mínimo realistas, mas não deixando de buscar um futuro melhor.