O UNIVERSO AUTISTA: O QUE É INCLUIR?
Palavras chave: inclusão; autismo
O universo autista é infinito. Por isso, a inclusão de um aluno autista, no ambiente escolar, não é uma responsabilidade do atendimento educacional especializado, e sim, de um trabalho conjunto entre família, escola e os demais profissionais que atuam junto ao aluno.
Para o trabalho pedagógica, a maioria das escolas que trabalham com a criança autista, apostam na utilização do programa TEACCH pois este é um programa de trabalho completo pois trabalha muitas habilidades simultaneamente, maleável a partir do momento que adequamos as atividades as necessidades do aluno e não do conteúdo programático, modificável pois o professor vai adequando o seu trabalho com as possibilidades do sujeito mas, mesmo com estas características, o TEACCH sozinho não se sustenta por muito tempo.
Apesar de ser um programa extenso que aumenta as nossas possibilidades de atuação junto ao aluno e que pode ser incluído e compartilhado com os colegas em sala de aula, ele é complexo e exige formação e capacitação, não só do professor, mas de todos os profissionais da escola.
Este é um programa transdisciplinar , ou seja, a escola e os professores tem que ter uma visão transdisciplinar. Talvez, neste aspecto, a inclusão do autista seja a mais complexa para muitos professores. Ser um profissional transdisciplinar é difícil pois temos o costume de acreditar no nosso saber e abrir mão daquilo que sabemos e acreditamos exige uma maturidade e segurança muito grande pois, sem querer, o nosso mundo é invadido.
Ser transdisciplinar é saber que não somos donos do saber, que cada área tem o seu olhar e, a junção destes olhares, é que vão transformar as pessoas e alterar as dinâmicas. O aluno tem que ser colocado em primeiro lugar.
O ensino tem que ser adequado ao aluno. Eu posso ir em uma loja e achar um sapato maravilhoso que eu quero ter de qualquer maneira. Contudo, só tem número 36 e, mesmo assim, eu compro achando que dá para aguentar este sapato apertado no meu pé. Possivelmente, a dor vai ser tão grande que na segunda tentativa eu vou desistir.
Não vai adiantar eu trocar de modelo ou de marca se eu continuar tentando comprar um sapato número 36 para um pé 37. O que eu tenho que fazer é comprar um sapato 37.
Isto acontece na sala de aula. Nós achamos que um método é o melhor para a aprendizagem de certo aluno e continuamos insistindo nele. Não nos abrimos para tentar outras alternativas pois, aquilo que não dominamos, causa angústia, medo e insegurança.
Desta forma, insistindo em nossos saberes sem levar em conta os saberes dos outros, estamos colocando os alunos e não incluindo estes no ambiente escolar. Inclusão significar adaptar a escola e a sala de aula a favor do aluno e não querer que ele se adapte as nossas escolhas.
Quando falamos em adaptar isto engloba os nossos objetivos, conteúdos, o espaço físico, o tempo de trabalho, o ambiente da sala de aula, os instrumentos de trabalho, as nossas ações, estratégias de aprendizagem e os procedimentos didáticos.