O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS QUE APRESENTAM NEE
A aprendizagem é um processo único e particular e cada indivíduo possui o seu ritmo, suas potencialidades e uma maneira diferente de lidar com o saber. Um aluno com NEE não pode ser subtendido, e sim, ele deve ser entendido.
A resolução n.02, de 11 de setembro de 2001, que institui as diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica, Brasil (2001), coloca que:
Art 6º: para a identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, à escola deve realizar assessoramento técnico e avaliação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, contando para tal:
I.A experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores, orientadores e supervisores educacionais;
II.O setor responsável pela educação especial do respectivo sistema;
III.A colaboração da família, e a cooperação dos serviços de saúde, assistência social, trabalho, justiça e esporte, bem como o ministério público quando necessário.
Partindo deste pressuposto legal, o processo de ensino e aprendizagem de um aluno com NEE é responsabilidade de todos os segmentos da comunidade escolar que, conjuntamente, devem decidir sobre os métodos e estratégias de ensino a serem adotadas.
Sendo assim, a escolha do método de aprendizagem, vai depender das características e possibilidades de cada aluno e da experiência da comunidade escolar. As correntes pedagógicas não são unanimes quando falamos em metodologia de trabalho para alunos com deficiência.
Entre os aspectos mais discutidos, atualmente, temos os especialistas que apostam em uma pedagogia centrada no desenvolvimento de projetos e os que afirmam a necessidade de transformação do currículo seriado para o ensino em ciclos de formação.
Perrenoud (1999) e Almeida (1999) enfatizam que o desenvolvimento de projetos, como uma metodologia de trabalho, cria um ambiente de aprendizagem onde alunos e professores são sujeitos participantes em todas as etapas do processo.
Mantoan (1999) defende que os ciclos de formação provocam mudanças na avaliação do desenvolvimento dos alunos, pois estes possibilitam mudanças que concedem, aos envolvidos, mais tempo para aprender eliminando a seriação e articulando o processo de aprendizagem com o ritmo e as condições de desenvolvimento dos aprendizes.
Contudo, ambas as correntes, sinalizam que o ensino individualizado e seriado, para os alunos que apresentam déficits intelectuais e problemas de aprendizagem, são uma solução que não corresponde aos princípios inclusivos, pois, na sua operacionalização, diferencia os alunos pelas suas capacidades e condições individuais.
Contudo, o que vemos na maioria das vezes é uma simples colocação destes alunos na escola regular e não, a adequação do processo, as necessidades dos alunos. Professores sem capacitação, turmas com a média de 25 a 30 alunos, falta de uma proposta de adaptação curricular para estes alunos, falta de material adequado e de formação continuada dos professores são uma constância nas escolas brasileiras.
A ideologia da inclusão está atrelada ao financiamento para uma educação de qualidade. Sem investimento, estaremos vivendo um faz de conta onde a lei está sendo cumprida pela simples colocação de alunos nas escolas regulares, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem mas, a aprendizagem em si, acaba não ocorrendo pois o ensino fica baseado, em grande parte, na socialização e não na aquisição de conhecimentos, habilidades e competências.