INCLUSÃO: O PERFIL DO PROFESSOR QUE ATENDE ALUNOS COM TRANSTORNOS NA APRENDIZAGEM E DEFICIÊNCIAS

IMAGEM DE UMA PROFESSORA ENSINANDO UM ALUNO CEGO

 

O PERFIL DO PROFESSOR QUE ATENDE ALUNOS COM TRANSTORNOS NA APRENDIZAGEM E DEFICIÊNCIAS

A educação de crianças que apresentam transtornos e deficiências na aprendizagem é um desafio que a escola atual vive diariamente.

Temos que buscar a qualidade na educação e não a quantidade oferecida. Este novo paradigma faz com o professor saia de uma postura tradicional para um novo perfil que se ajuste as diversidades humanas.

Um professor inclusivo tem que ter certas qualidades. A principal mudança na sua postura é que, a diversidade humana, nos obriga a nos despir de muitas de nossas crenças e valores. Temos que estar abertos, pois seremos invadidos. Entre estas qualidades estão:

  • Saber como motivar e despertar a curiosidade do aluno;
  • Ser o mediador na busca da sua autonomia;
  • Ter curiosidade intelectual, pois estes alunos não trazem um diagnóstico fechado, e sim, um kit de co-morbidades onde não existe uma receita pronta para lidarmos;
  • Que seja capaz de aumentar seu juízo crítico reconhecendo os pontos positivos de seu trabalho, mas analisando os seus erros, pois ninguém é perfeito;
  • Passe de solista a acompanhante estabelecendo novas relações com os alunos;
  • Que não deposite o seu amor na criança, mas sim, no seu trabalho. Quando amamos o que estamos fazendo estamos ajudando o aluno a crescer. Quando amamos o aluno a superproteção é inevitável. Isto não quer dizer que o afeto não é importante no processo de aprendizagem, mas ele deve ter uma dose certa;
  • Ajude o aluno a organizar-se, conhecer-se, a gerenciar seu conhecimento e guiar a sua mente.

A escolha do método docente deve levar em conta os seguintes fatores:

  • O professor deve determinar os objetivos cognitivos que pretende alcançar. Não adianta querer que um aluno faça atividades de classificação se ele ainda não sabe parear. Não adianta querer que alguém consiga se alfabetizar se ele não sabe parear, classificar e seriar;
  • Ao pensar no método de trabalho, temos que levar em conta se este vai proporcionar uma aprendizagem autônoma e continua. Escolher um único método e esperar que crianças autistas, disléxicas, com déficit cognitivo, surdos, cegos, paralisados cerebrais e portadoras de outros transtornos aprendem de forma igualitária é um equívoco. As peculiaridades de cada um devem ser levadas em conta;
  • Analisar qual o grau de controle sobre a aprendizagem é exercido pelos estudantes. A aprendizagem é autônoma, por transmissão, por recepção, significativa;
  • A preparação para o trabalho é importante, pois algumas crianças precisam receber os conteúdos previamente, outras necessitam de estímulos visuais extraclasse e outras de material adaptado.

 

Independente do método escolhido, o professor tem que promover a autonomia e a responsabilidade do aluno, envolver este na sua aprendizagem, atender as suas características pessoais e interesses, incentivar a negociação e a participação, estabelecer conteúdos e objetivos diversificados para a avaliação, promover a capacidade de auto avaliação, autorreflexão e pensamento crítico e ficar ciente que, muitas vezes as atividades previsíveis e de repetição não desenvolvem competências, ou seja, não ajudam o aluno a mobilizar os seus recursos cognitivos para a obtenção de um resultado.

O aluno tem que:

  • Saber agir – ter o conhecimento;
  • Saber fazer – ter habilidade;
  • Saber agir – ter competência.