O HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA
Os primeiros Centros Psicopedagógicos de caráter médico-pedagógico, formados por médicos, psicanalistas, psicólogos e pedagogos, foram fundados na Europa, por volta de 1946, por Boutonier e Macuco.
O principal objetivo destes centros era buscar a readaptação de crianças que apresentavam comportamentos socialmente inadequados, tanto na escola quanto em casa, e também atender crianças que, apesar de serem inteligentes, apresentavam dificuldades de aprendizagem.
Além disso, este olhar multidisciplinar era incentivado pois, nesta época, já havia a crença da necessidade de conhecer a criança no aspecto biopsicossocial e no seu meio, para elaborar uma ação reeducadora.
Sendo assim, eles se propuseram a unir conhecimentos com o objetivo de buscar a melhor forma de atender estas crianças nas suas especificidades.
Na década de 40 e 50, uma das maiores preocupações dos estudiosos era diferenciar as crianças deficientes mentais e/ou sensoriais daquelas que, apesar de inteligentes, não conseguiam aprender.
Segundo Bossa (2000), a Argentina foi fortemente influenciada por essa corrente européia e a capital Buenos Aires foi a primeira cidade a oferecer o curso de psicopedagogia.
Na década de 1970, psicopedagogos argentinos atuavam nos centros de saúde mental, fazendo diagnósticos e tratando as dificuldades de aprendizagem. Conforme os tratamentos eram iniciados, os especialistas começaram a verificar que após, aproximadamente um ano de tratamento, as dificuldades de aprendizagem eram sanadas, porém os pacientes deslocavam seus sintomas apresentando distúrbios de personalidade.
Assim, os psicopedagogos sentiram necessidade de buscar, em sua formação, um olhar psicanalístico o qual é usado, até os dias de hoje, em países com a Argentina.
A linha de trabalho da psicopedagogia argentina diferencia-se da psicopedagogia brasileira, pois, na Argentina, são aplicados testes de uso padronizado o que não é permitido na psicopedagogia brasileira pois são considerados de uso exclusivo de psicólogos.
Os psicopedagogos argentinos utilizam diferentes recursos de avaliação como provas de inteligência, de nível de pensamento, de avaliação do nível pedagógico e da capacidade perceptomotora, além de testes psicomotores e jogos psicopedagógicos.
Os psicopedagogos brasileiros possuem um modelo de diagnóstico mais baseado na testes psicomotores, na avaliação do rendimento escolar e na observação por meio do jogo psicopedagógico.