O COMPORTAMENTO NA PERSPECTIVA ABA
Segundo o ABA, um comportamento é uma ação e não uma característica de uma pessoa. Aquelas coisas que estão na sua cabeça como pensamentos, intenções, ideias e planos não são comportamentos. Contudo, podemos manejar e alterar um comportamento.
Mas como manejamos ou alteramos o comportamento?
O condicionamento operante é o processo que o ABA usa para ajudar a modificar um comportamento que é indesejável, ou para reforçar um comportamento desejável pois um comportamento, seguido de um estímulo reforçador, resulta em um aumento da probabilidade daquele comportamento se repetir no futuro.
Exemplo: você fez um prato especial para o jantar e todos elogiaram. Provavelmente, você vai voltar a fazê-lo. Contudo, se as pessoas dissessem que ele estava com gosto de papelão, provavelmente você nunca iria repetir ele novamente.
Para isso temos que analisar o comportamento em três aspectos: o antecedente, o comportamento em si e a consequência.
O antecedente é aquilo que acontece logo antes do comportamento. Desta forma, o comportamento é a resposta ao antecedente e a consequência é o que ocorre logo depois do comportamento. Isso é conhecido como os ABC’s do Behaviorismo.
O telefone toca (antecedente), você atende (comportamento) e o operador de telemarketing lhe prende no telefone, fazendo com que você atrase o jantar (consequência). A consequência poderá ser tanto positiva, negativa e neutra.
O tipo de consequência determinará o seu comportamento no futuro. Provavelmente quando você atender o telefone, na hora de preparar o jantar, e constatar que é operador de telemarketing, já irá dizer que não está interessada em nada mesmo antes da pessoa tentar explicar qual o produto está oferecendo.
Contudo, no meio escolar, os professores tem dificuldade em definir um comportamento. Quando é solicitado um parecer do aluno é comum fichas de observação preenchidas como bom, mais ou menos, agitado, amável e hiperativo.
Um comportamento é observável e mensurável e pode ser medido. O que é agitado para mim, pode não ser para outra pessoa. Desta forma, um comportamento deve ser observado em três aspectos:
1. duração: quanto tempo leva fazer uma coisa. Ex: levou 3 minutos para ele amarrar o sapato, corre pela sala de aula por quinze minutos sem parar e sem cansar, diariamente faz fofocas dos colegas;
2. frequência: qual a frequência que ocorre. Ex: João bateu palmas 16 vezes em 5 minutos, foge da sala de aula todos os dias, fica sem recreio duas vezes por semana, tenho que chamar a atenção cerca de seis vezes durante a aula;
3. intensidade: quanta energia, força física ou intensidade esteve envolvida em realizar um comportamento. Ex: Zeca carrega 15 quilos de mantimentos, consegue correr por quinze minutos sem parar. Dorme cerca de vinte minutos durante a aula, treme todo o tempo e não consegue segurar o lápis devido a este fator.
Para coletar estes dados podemos usar a observação direta (observa e registra), métodos de contagem (marcas de verificação), avaliação indireta (entrevistas) e experimentos (dar atividades para testar a probabilidade de ocorrência destes comportamentos).