INCLUSÃO: O ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER NA ESCOLA

IMAGEM DE UM MENINO OLHANDO PARA UM ESPELHO COM A SUA IMAGEM REFLETIDA

 

O ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER  NA ESCOLA

Para um indivíduo que apresenta Síndrome de Asperger, as vezes é mais difícil lidar com as interações sociais e a comunicação do que com os trabalhos e provas.

Isto ocorre por fatores como:

– os professores desconhecem aspectos relacionados a esta síndrome e suas características específicas;

– as escolas não “operam no tempo deste aluno”, não entendem que eles necessitam de mais tempo para concluir as suas tarefas, para organizar seu material e para orientar-se durante as mudanças e transições;

– as escolas de ensino regular não conseguem manter uma rotina e organizar o ambiente a favor do sujeito. Esta falta de previsibilidade pode aumentar a ansiedade se a proposta pedagógica não for coerente e a programação for carregada de mudanças súbitas;

– não é costume, na maioria das escolas, de se usar uma agenda para garantir a sua previsibilidade e o trabalho conjunto entre escola e família. Estando bem informada, a família pode garantir que o aluno esteja sempre a par do que irá acontecer contribuindo para a gestão do tempo e retirando a sobrecarga emocional que o novo causa;

– as escolas não alteram atividades e disciplinas fáceis e difíceis, ao logo do período escolar, as quais posam ser monitoradas e reestruturadas. Sendo assim, os alunos possuem quatro períodos de disciplinas que exijam um grande esforço mental as quais poderiam ser intercaladas com aquelas que trabalham conteúdos mais criativos (educação artística) e dinâmicos (educação física);

– os professores, por falta de capacitação, não sabem da importância de simplificar a sua linguagem usando termos diretos, simples, de forma clara e em ritmo lento. Explicações longas, com o mesmo tom de voz e sem apoio visual atrapalham e contribuem para a dispersão;

– o portador de Síndrome de Asperger pode apresentar dificuldades em ler nas entrelinhas e compreender conceitos e expressões faciais. Temos que ser claros e específicos ao fornecer as informações;

– nem sempre o aluno, com esta síndrome, sabe como gerir a mudança de planos, ou seja, consegue compreender que as atividades podem ser alteradas, canceladas ou remarcadas;

– nem sempre elogiamos as suas tentativas e os seus sucessos deixando  claro o porquê que ele está sendo elogiado;

– em função de suas características e temperamento é comum eles serem chamados de nerds. Devemos ter cuidado com as situações que envolvem piadas, provocações e com o bullying pois isto ocorre com frequência, especialmente, nos horários de recreio e em atividades mais livres;

– não levamos em conta que muitas situações produtivas, de interação social, ocorrem em momentos não estruturados e planejados ou fora da sala de aula. Se o professor não intervir, o aluno pode ficar isolado. Cuide para que o grupo de amigos traga bons exemplos e os vínculos criados sejam produtivos;

– esquecemos que a escola é, em muitas situações, estressante devido as mudanças de horário, as relações sociais e por causa das iluminações, ruídos e falta de antecipação de mudanças. Procure conhecer o seu aluno para intervir imediatamente quando a situação está muito pesada para ele permitindo que saia e mude de atividade para ajudar na regulação de suas emoções;

– os acessos de raiva e birra acontecem, geralmente, sem aviso prévio pois eles não sabem reconhecer que estão estressados. Em outras situações, encontramos alguns padrões que são comuns como: agitar muito as mãos, levantar e andar sem parar, mexer nos cabelos ou esfregar as mãos. Tente modificar o ambiente estando alerta as situações que desencadeiam a ansiedade excessiva.