INCLUSÃO: MÉTODO TEACCH

logotipo do teacch em azul com uma criança e um adulto brincando dentro de um triângulo

MÉTODO TEACCH

O Método Teacch, atualmente, é o mais utilizado para a escolarização de crianças que apresentam algum transtorno do espectro autista.

Criado em 1964, pela divisão de psiquiátrica da escola de medicina da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, sua estrutura foi baseada nos trabalhos do Doutor Eric Schopler.

Esta proposta prima pela valorização da rotina já que, os portadores de transtorno do espectro autista, apresentam dificuldades no planejamento e na sequenciação, em decorrência de alterações nas funções executivas relacionadas ao funcionamento do lobo frontal.

Em sua estrutura, ele usa informações visuais como o principal apoio para a intervenção terapêutica e educacional em função das falhas nas habilidades de percepção, da capacidade de empatia e com a teoria da mente.

Geralmente, para a elaboração das atividades, usa-se uma avaliação baseada no PEP-R que é um material padronizado, o qual pode ser adquirido ou construído, composto de 171 itens. Este instrumento serve para identificar padrões de aprendizagem irregulares e idiossincráticos avaliando a coordenação motora ampla, motora fina, viso motora, percepção, imitação, desempenho cognitivo e cognição verbal.

O TEACCH tem uma estrutura física estabelecida pois as relações e associações que um autista faz são baseadas em experiências concretas que tendem a se repetir de modo rígido.

Sendo assim, o espaço físico para a aplicação do TEACCH é estruturado de forma a orientar as ações e atitudes, ou seja, o arranjo deve favorecer o sujeito de forma a levá-lo a compreender o que é esperado dele e lhe dar condições de agir com autonomia.

Um exemplo é a colocação de uma cadeira na frente de um livro. Isto mostra ao aluno que ele deve sentar naquele local e ler ou manusear aquele livro.

O TEACCH, na sala de aula, deve proporcionar um espaço para atividades dirigidas e livres, prever um trabalho individual (onde se aprende coisas novas) e um local de trabalho independente (ode se realiza tarefas conhecidas sem interferência e autonomia).

O importante é que o aluno desenvolva a compreensão e a diferenciação destas duas áreas de trabalho. Na rotina que prevê estas atividades, devemos levar em conta o fato das sessões de trabalho individual e independente terem mesma duração, ou seja, ter a duração aproximada de:

  • 20 minutos até a idade de 30 meses;
  • 30 minutos até 48 meses;
  • 45 minutos a partir desta faixa etária.

A rotina deve ser apresentada, preferencialmente, de cima para baixo ou da esquerda para a direita. O sistema de trabalho deve procurar a realização de tarefas com autonomia e o encadeamento com início, meio e fim.

As atividades são feitas uma a uma e, quando finalizadas, acabam no cesto do pronto seguindo a convenção ocidental de leitura e escrita da esquerda para a direita.

O emparelhamento de cores, símbolos e palavras são separados em recipientes diferenciados com indicação feita através de um símbolo correspondente a atividade. O aluno visualiza o símbolo da atividade, pega esta, realiza e coloca no cesto de acabou. Desta forma, o aluno sabe o que fazer pois a organização espacial é a mesma.

O apoio visual é importante pois muitos autistas começam a falar nomeando figuras. A informação visual dá uma natureza perceptual e concreta pois não requerem uma capacidade simbólica mais complexa. Desta forma, com o passar do tempo, as atividades vão se tornando cada vez mais complexas.