HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Os portadores de deficiência tiveram tratamentos diferenciados ao longo da história.
Na era cristã, os romanos relatavam o seu ponto de vista em os Preceitos de Seneca. “Nós matamos os cães danados, os touros ferozes e indomáveis, degolamos as ovelhas doentes com medo que infectem o rebanho, asfixiamos os recém-nascidos mal constituídos; mesmo as crianças se forem débeis mentais ou anormais, nós afogamos; não se trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar os fortes e sãs daqueles que podem corrompê-los.”
Na Grécia antiga, a situação não era muito diferente. “Quanto aos filhos de sujeitos sem valor e aos que foram mal constituídos de nascença, as autoridades os esconderão, como convém, num lugar secreto que não será divulgado.” (Platão).
A idade média, os portadores de deficiência, os loucos, os criminosos e os considerados “possuídos pelo demônio”, eram excluídos e deviam ser afastados do convívio social ou, mesmo, sacrificados.
Este foi um período marcado por vários sentimentos frente aos portadores de deficiência como a rejeição, piedade, desprezo, proteção e até superproteção.
As pessoas com deficiência em abandonadas em locais de isolamento, prisões, ambientes de proteção e hospitais. Santo Agostinho (354 – 430 d.C.), colocava que a deficiência era uma espécie de demência natural mas não, absolutamente, um pecado.
Desta forma, durante a idade média, havia contradições como:
- Sacrificados como um mal a ser evitado;
- Privilegiados como detentores de poderes;
- Perseguidos e evitados como possuídos pelo demônio ou por serem representantes do mal;
- Protegidos e isolados como insanos e indefesos;
- Lamentados como reparadores de pecados cometidos contra Deus.
No renascimento, a deficiência passou a ter um caráter patológico dando conta de que as causas eram orgânicas e irreversíveis, o que levou a uma visão fatalista, organicista e inativista, ou seja nasceu assim, vai morrer assim.
Isto foi passado, por muito tempo, através das gerações. Quem nunca ouviu um ditado como: pau que nasce torto nunca se endireita, filho de peixe peixinho é, diz com quem tu andas que eu te direi quem tu és.
Apenas no século XIX é que começam as primeiras manifestações que colocam que é possível ensinar os “anormais” marcando o início do enfoque pedagógico e social.
A partir de 1940, as pesquisas biomédicas começam a diferenciar os quadros neuropatológicos, deficiências e doença mental. Começam os estudos que dão importância aos fatores pré, neo e pós natais no desenvolvimento do indivíduo.
Na década de 50, começam os movimentos em prol das pessoas portadoras de deficiência, os quais são decorrentes na declaração de recursos humanos, pois muitos deficientes não estão incluídos na igualdade e na inserção social.
Em 1959, surge o conceito de normalização que pressupõe a convivência do deficiente em ambientes o menos restrito possível.
Nos anos 60, pais e parentes de deficientes criam organizações e surgem as primeiras críticas sobre a segregação. Existe uma defesa da normalização como a proposta de integração enquadrando os deficientes no sistema educacional geral.
Em 1993, Ferreira define a educação especial como um princípio, um conjunto de serviços educacionais não disponíveis no ambiente sócio educacional “normal” ou “regular”. Ela visa o atendimento e a promoção do desenvolvimento de indivíduos que se beneficiariam, significativamente, de situações tradicionais de educação se suas limitações e peculiaridades fossem respeitadas.
Em 1994, BRASIL/MEC/SEESP, coloca que a educação especial é um processo que visa a promover o desenvolvimento das potencialidades das pessoas portadoras de deficiência, condutas típicas e altas habilidades, a qual abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino.
Ela fundamenta-se em referencias teóricos e práticos compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado. O processo deve ser integral e fluindo desde a estimulação precoce até os graus superiores de ensino.