DISCALCULIA: CONCEITUAÇÃO E TIPOS
A discalculia é caracterizada como a dificuldade em realizar cálculos matemáticos e de entender os sinais gráficos e os números. Este não é um transtorno causado por deficiência intelectual, déficits visuais, auditivos ou má escolarização.
De acordo com o DSM IV, é uma capacidade para o cálculo que se situa substancialmente abaixo do nível esperado em função da idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade que interferem, significativamente, com o rendimento escolar e com atividades da vida cotidiana que requerem competências aritméticas.
Nos alunos com este transtorno podemos notar:
– dificuldade com a memória auditiva onde não memorizam os números quando são ditos oralmente;
– dificuldades de entenderem situações problema. Eles sabe fazer a conta mas não conseguem interpretar o problema;
– dificuldades na percepção visual onde trocam 6/9, 2/5 e 3/8;
– dificuldades em visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
– dificuldades em conservar a quantidade, ou seja, não entende que quatro moedas de 25 centavos tem o mesmo valor de um real;
– dificuldades em assimilar o antecessor e sucessor;
– dificuldades em classificar números;
– dificuldade em compreender os sinais das quatro operações;
– dificuldade em montar as operações.
Esta pode ocorrer em diferentes graus:
– leve: quando o indivíduo reage positivamente a intervenção;
– médio: que é o quadro mais comum resultando em dificuldades específicas como as mencionadas acima;
– limite: quando há danos neurológicos.
Temos também a discalculia adquirida, após sofre uma lesão cerebral e a evolutiva que ocorre como uma disfunção cognitiva que se manifesta através de problemas para desenvolver competências matemáticas sem que o aluno tenha outras deficiências associadas.
Desta forma, podemos encontrar casos de discalculia:
– verbal: não compreende conceitos matemáticos, não nomeia quantidades, símbolos e relações matemáticas;
– pratognóstica: dificuldade de enumeração e na comparação de objetos por tamanho, quantidade e ordem com objetos reais ou não;
– léxica: dificuldade para ler os símbolos matemáticos, fórmulas e comparar grandezas;
– ideognóstica: dificuldades em cálculo mental e na compreensão de conceitos matemáticos como grandeza, lateralidade, posicionamento, classificação e ordenação;
– operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos.
Segundo Miller e Mercer (1997) as crianças com discalculia apresenta dificuldades no processamento da informação, na atenção, no processamento auditivo, na memória e dificuldades motoras.