INCLUSÃO: COMO O NOSSO CÉREBRO PROCESSA A INFORMAÇÃO

DESENHO DE TRÊS NEURÔNIOS

COMO O NOSSO CÉREBRO PROCESSA A INFORMAÇÃO

Saber como o cérebro processa a informação é de suma importância para os professores.

 
Na sua parte sensorial, o cérebro recebe as informações vindas do ambiente e processa estas de forma coordenada a qual permite que o indivíduo crie uma imagem, ou seja, uma representação sensorial do ambiente.

 
Esta imagem criada nos leva a elaborar uma hipótese de trabalho, que faz com que possamos nos localizar no ambiente, identificando as coisas e organizando nosso comportamento. Estas informações vão para a área motora que gera o movimento, ou seja, a ação que nos faz sair do lugar e agir de determinada forma.

 
A parte associativa, localizada no córtex cerebral, vai dar complexidade ao nosso comportamento a partir do momento que nos leva a fazer associações com as memórias do passado, projetar o futuro e criar objetivos e estratégias para resolver um problema decidindo, ou não, fazer algo de acordo com os nossos critérios e valores.

 
O nosso cérebro controla tudo desde as emoções, informações vindas dos sentidos até as questões fisiológicas. Por isto, a sua importância e a necessidade de que os profissionais da educação entendam e estudem o funcionamento do cérebro para melhor auxiliar seus alunos durante o processo de ensino e aprendizagem.

 
Aprender nada mais é que modificar as conexões dos neurônios no cérebro. Quando nascemos, não sabemos que língua vamos falar. Dependendo do que vê e ouve, nosso cérebro vai decidir se vamos falar inglês, português, italiano, espanhol ou outra língua.

 
O nosso cérebro possui três áreas de vital importância, ou seja, a parte sensorial que recebe e processa as informações vindas do ambiente e criar uma representação mental (hipótese de trabalho), a parte motora que gera uma resposta de acordo com as informações vindas da parte sensorial e córtex pré-frontal que é a parte associativa que fornece complexidade ao nosso comportamento atribuindo emoções e decidindo o que deve ser feito ou não.

 
As emoções fazem com que o nosso cérebro ative o sistema de recompensa dando um valor positivo ou negativo, ao nosso corpo, que vai gerar a motivação. Temos expressões humanas que são universais: felicidade, tristeza, surpresa, nojo, raiva e medo.
O carinho reduz o stress e acalma o cérebro.

 
Aprender significa a modificação do cérebro pela experiência. Isto não quer dizer que aprender aumenta as sinapses, e sim, que quando aprendemos ficam aquelas que deram certo e elimina-se as que não dão certo.

 
Quem não tem uma boa experiência sensorial prévia não tem como imaginar e criar. A reativação das representações interna, a capacidade de visualizar mentalmente aquilo que não está presente e de criar caminhos novos usando a criatividade dependem da experiência. Contudo, esta reorganização e distribuição das funções acontece desde que o cérebro seja usado.

 
É muito comum quando alguém perde o movimento de algum membro o cérebro se reorganizar para usar outro. Um exemplo que podemos colocar é as dificuldades de aprendizagem relacionadas a síndrome do x frágil onde os cérebros destas pessoas ficam congelados em um estado infantil com excesso de sinapses mas de pouco uso.

 
Com uma idade mais precoce, temos janelas de oportunidades que podem ser definidas como períodos em que o cérebro está mais apto a processar algumas habilidades. Isto não quer dizer que depois deste período não se aprenda. Até os dez anos aprender uma nova língua é mais fácil mas não quer dizer que não possamos aprender depois desta idade.

 
No caso da dislexia, a maneira como o cérebro processa a informação gera dificuldades específicas na percepção dos sons e suas respectivas letras e em sons específicos. Isto não se traduz em uma incapacidade, mas sim, uma dificuldade. Contudo, não podemos de deixar de lado os fatores que interferem na aprendizagem que são: atenção, prática, método e motivação.

 
Se o aluno não consegue prestar a atenção, selecionar adequadamente os estímulos, permanecer concentrado por um período mais prolongado de tempo e não sabe separar os aspectos relevantes dos irrelevantes para a execução de uma aprendizagem dificilmente ele vai aprender. Para que isto seja possível ele tem que ter boas conexões cerebrais, boa alimentação e estímulos adequados. A atenção é a porta de entrada para a aprendizagem pois ela filtra os estímulos do ambiente.

 
Motivação todos nós temos mas, para manifestá-la, o aluno tem que ser encorajado, tem que receber retorno positivo e o nível da atividade e o método tem que estar adequado as suas necessidades e capacidades. Tendo vontade, prazer e engajamento o aluno pratica mais e, quanto mais pratica, mais melhora e mais motivação tem para aprender.

 
Para que um aluno possa se alfabetizar ele tem que ter habilidades, competências e conhecimentos básicos.

 
As aprendizagens universais básicas são:

 
– integração do esquema corporal: conhecimento das partes e detalhes do corpo, memorização da imagem corporal, lateralização do esquema corporal, reconhecimento de direita e esquerda em si mesmo, no espaço e nos outros;

 
– motricidade estática: equilíbrio estático, equilíbrio e controle postural, independência segmentar do corpo e interiorização do corpo em movimento;

 
– motricidade dinâmica equilíbrio dinâmico, controle de movimentos, coordenação e movimentos, interiorização do corpo em movimento e automatização dos movimentos usados;

 
– motricidade manual: independência segmentar do braço, dos braços e pernas, controle dos movimentos manuais, coordenação dos movimentos manuais e coordenação mão/pé, mão/olho.