INCLUSÃO: AS ESCOLAS E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

SEIS CRIANÇAS SENTADAS EM UMA SALA DE AULA COM QUATRO CRIANÇAS NA MESA OUTRAS SENTADA EM UMA CADEIRA AO LADO E OUTRA DE PÉ

AS ESCOLAS E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Atualmente, as escolas trabalham com uma grande diversidade de alunos mas, por diversas razões,  não conseguem oferecer um atendimento adequado promovendo o desenvolvimento de todos eles. Esse é um problema não só dos educadores, mas sim, de  toda a equipe pedagógica, sendo necessário encontrar soluções principalmente no caso da inclusão de alunos que apresentam necessidades educativas especiais.

 
Partindo do pressuposto de que a inclusão não é apenas uma inclusão social, ou seja,  não basta estar junto para haver inclusão, um dos pontos principais deste processo é  viabilizar e assumir as diferenças dentro dos espaços educacionais tornando  as aprendizagens significativas.

 
Educação Inclusiva é um processo educacional em construção no mundo todo que implica no acesso e permanência de todos os alunos na escola, conjugando igualdade e diferença como valores inseparáveis das  práticas pedagógicas, e valorizando as potencialidades, possibilidades, conhecimentos e todos os alunos.  Para isso é necessário mudanças relativas à administração e aos papéis desempenhados pelos membros da organização escolar como:

  • – Diretores e Coordenadores, ao invés de assumirem as funções de controladores, fiscalizadores e burocráticos substituam as mesmas por trabalhos de apoio e orientação a toda comunidade escolar;
  • – A equipe diretiva deve proporcionar uma maior autonomia da gestão administrativa e financeira, dos recursos materiais e outros, através de conselhos e reuniões de pais e alunos. Com estas mudanças,  as funções do diretor e dos coordenadores se elevam fazendo estes  participarem do dia a dia das salas de aulas.  Para a educação de qualidade toda a equipe pedagógica precisa desempenhar bem o seu papel.

Ao promover a inclusão, é preciso rever o projeto político pedagógico (PPP) e o currículo da escola. O projeto político pedagógico é a expressão da cultura da escola com sua (re) criação e desenvolvimento. Este projeto deve expressar a cultura escolar a  qual está  impregnada de crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua elaboração.

 

Este PPP deve contemplar o atendimento à diversidade, ou seja,  atender e ensinar a todos. Mas para a sua elaboração, é preciso primeiro conhecer a realidade na qual estamos inseridos e, em seguida, refletir sobre ela para só depois planejar as ações para a construção da realidade desejada.

 

É imprescindível que, nessas ações, estejam contempladas as metodologias mais adequadas para atender às necessidades sociais e individuais dos educandos. Já o currículo deve prever uma maior flexibilidade das atividades (com mais recursos visuais, sonoros e táteis) para contemplar as diversas necessidades dos alunos.

 

A avaliação também é outra questão que deve ser  revista em uma proposta de inclusão. Em vez de uma avaliação classificatória, através de notas e provas, temos que apostar em um processo contínuo e qualitativo visando torná-lo cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos.

 
A verdadeira inclusão de alunos com necessidades especiais não se dará somente com a criação de leis, decretos e portarias, que forcem a inclusão de alunos deficientes na escola regular. Estas leis devem, também,  garantir o preparo de professores e do ambiente escolar para que este possa  receber o aluno com necessidades especiais com qualidade.

 
A situação atual, de várias escolas brasileiras, são precárias o que leva a estes alunos a ficarem a margem do cotidiano escolar.  Embora a questão da inclusão seja algo amplamente discutido por estudiosos e pesquisadores, as práticas continuam as mesmas do século passado.

 
O sucesso da aprendizagem na escola inclusiva está em explorar talentos, atualizar possibilidades, desenvolver predisposições naturais de cada aluno. As dificuldades, deficiência e limitações precisam ser reconhecidas, mas não devem conduzir ou restringir o
processo de ensino, como habitualmente acontece.

 
A educação inclusiva é uma educação voltada de “todos para todos” onde os ditos “normais” e os portadores de algum tipo de necessidades especiais poderão aprender uns com os outros.

 
A educação inclusiva é um desafio a todos os profissionais de educação onde não podemos ficar calados diante dessa situação onde essas crianças, tão especiais,  não estão sendo educadas e preparadas para a vida em sociedade. E nem a escola e nem a sociedade estão sendo preparadas para lidar com tal desafio.

 
Há escolas que, através do seu projeto político pedagógico,  tentam atender a todas as necessidades de seus alunos e da comunidade, mas aspectos burocráticos, financeiros e outros  acabam fazendo com que muitas propostas e mudanças fiquem  apenas na teoria e, dificilmente, cheguem a prática.

 
Um PPP, voltado para construir e assegurar a gestão democrática, se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de projetos individuais,  construído dentro de normas técnicas, para ser apresentado às autoridades superiores. Na verdade, o projeto político pedagógico de qualidade é a expressão da cultura da escola, suas crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua elaboração.

 
Por fim. é preciso destacar que o projeto político pedagógico vai além da dimensão pedagógica, englobando também a financeira e administrativa, ou seja, construir o projeto político pedagógico significa enfrentar o desafio da transformação global da escola, tanto na dimensão pedagógica, administrativa como na sua dimensão política.