INCLUSÃO: A VISÃO REEDUCATIVA E CLÍNICA DA PSICOPEDAGOGIA

dezoito lápis colorido de cabeça para baixo com a palavra psicopedagogia escrita embaixo

A VISÃO REEDUCATIVA E CLÍNICA DA PSICOPEDAGOGIA

A psicopedagogia trabalha com duas áreas de atuação diferentes, ou seja, a reeducativa e a clínica.

 
Pela nossa história educacional, o Brasil aposta bem mais no caráter reeducativo do que no clínico com o objetivo principal de adequar o sujeito as condições institucionais.

 
Esta visão levou a uma avaliação individual da capacidade do indivíduo sendo que, em muitas situações, não leva em conta uma avaliação crítica das condições sociais e institucionais.

 
Isto não quer dizer que os psicopedagogos brasileiros não levem em conta as questões sociais e institucionais do indivíduo, mas sim, que não conseguem mudar a realidade escolar a favor do aluno em função da falta de investimento no que se refere a materiais e na formação dos professores.

 
Sendo assim, uma psicopedagogia reeducativa, muitas vezes, não resolve o problema, e sim, desloca a dificuldade para outra área se a instituição não estiver capacitada e informada.

 
Um exemplo a ser citado é de um aluno disléxico que, se não tiver a instituição escolar modificada ao seu favor, pode até melhor a sua capacidade de consciência fonológica durante os atendimentos psicopedagógicos, mas nunca vai melhorar o seu rendimento pois os professores realizam provas escritas, longas e com letra cursiva que ele não domina.

 
O sintoma do aluno nem sempre está exposto e pode ser comparado a um iceberg que possui uma grande parte submersa.

 
A visão clínica da psicopedagogia preocupa-se em identificar a causa do problema, o seu efeito, sua ação e reação pois, em muitas situações, a causas de difícil observação e que podem estar inter-relacionadas com muitos fatores sendo estas de causa orgânica, cognitiva, emocional e social.

 
Para essa compreensão leva em conta conhecimentos ligados a psicanálise e da psicologia analítica. Estas visões levam em conta que o conteúdo inconsciente interfere na aprendizagem da mesma forma que interfere em todos os atos da vida de uma pessoa.

 
Além disso, a visão clínica faz com que se busque um novo olhar para o mesmo objeto, a aprendizagem, olhar este que vem de um novo lugar e não se comenta com o aparente, com o que aparece, mas tenta ir além dos sintomas que o aluno manifesta buscando significados nas relações e interações que ele estabelece.

 
A visão clínica não é sinônimo de consultório, e sim, uma nova maneira de olhar o processo de ensino e de aprendizagem que não se limita ao sintoma ou ao laudo da criança, mas sim, busca esclarecer as suas causas e consequências a qual deveria ser oferecida em grande escala na rede pública de ensino.