INCLUSÃO: O CONCEITO DE DEFICIÊNCIA AO LONGO DOS TEMPOS

logo da educação inclusiva com letras coloridas e seis bonecos desenhados

 

O CONCEITO DE DEFICIÊNCIA AO LONGO DOS TEMPOS

 

No início, o conceito de deficiência incluía as características de inatismo e de estabilidade. As causas eram associadas a aspectos orgânicos cujo comportamento, dificilmente, seria modificado ao longo do tempo.

 
Apenas nas décadas de 40 e de 50 é que os estudiosos começaram a questionar a origem constitucional e a incurabilidade de um distúrbio. Desta forma, começaram a abordar as causas endógenas e exógenas.

 
Nas décadas de 60 e de 20, começaram as discussões e os questionamentos que levaram a uma concepção diferenciada dos distúrbios de desenvolvimento e da deficiência. Os diferentes estudos mostraram que a deficiência não é uma categoria com perfis clínicos e estáveis e que a educação pode intervir e favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos que apresentam alguma deficiência.

 
Desta forma, a ênfase passou para a importância dos processos de aprendizagem e não na própria deficiência.

 
Os métodos de avaliação, até então centrados nos testes de QI, passaram a apostar na análise do desenvolvimento infantil e na zona de desenvolvimento proximal do indivíduo.

 
Na década de 70, com a publicação do informe WARNOCK, muitos especialistas passaram a defender a ideia de que muitos alunos apresentam problemas de aprendizagem, ao longo de sua escolarização, os quais exigem da escola e do professor uma atenção mais específica e maiores recursos educacionais do que os necessários para os colegas de sua idade.

 
Com esta colocação, surgiu o termo necessidades educativas especiais que levantou o questionamento em relação aos problemas de aprendizagem apresentados, pelos alunos, e os recursos educacionais disponíveis.

 
Atualmente, muitos especialistas acreditam que 2% dos alunos, em idade escolar, apresentam alguma necessidade educativa especial os quais se manifestam com atrasos na aprendizagem, lentidão na aprendizagem e compreensão da leitura, distúrbios emocionais isolamento social, distúrbios de conduta, entre outros fatores.

 
Contudo, este conceito depende dos objetivos educacionais visados, do currículo estabelecido, do nível de exigência e dos instrumentos de avaliação empregados. Além disso, o conceito está ligado ao paradigma que certo contexto tem acerca de como o aluno constrói o seu conhecimento. O que pode ser considerado uma deficiência, em uma sociedade, pode ser considerado completamente normal em outra.

 
Enquanto os estudos atuais apontam para cerca e 2% de alunos deficientes, frequentando as escolas regulares, acredita-se que existam 20% de alunos que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem.
As dificuldades que antes eram definidas pelo QI, raciocínio e memória, hoje levam em conta o ambiente que pode influenciar no fracasso ou no sucesso escolar de um aluno.

COMO O ALUNO CONSTRÓI O SEU CONHECIMENTO?

O conhecimento é um conjunto de regras e estratégias que o aluno vai obtendo pela informação e organização de forma que ele possa ser ativado para compreender e resolver uma tarefa.

 
Para que um aluno aprenda ele tem que ter a capacidade de:

  • – planejar uma atividade, controlar sua execução e avaliar o resultado;
  • – autoregular a própria aprendizagem, ou seja, planejar estratégias que devem ser aplicadas em uma situação de aprendizagem, aplicá-las, controlar o processo de utilização, avaliar para detectar erros que tenham sido cometidos e modificar esta para nova atuação;
  • – generalizar ou transferir uma aprendizagem para novas situações;
  • – aprender a transferir o aprendido a novos campos o que é um comportamento inteligente;
  • – ser capaz de ter consciência do funcionamento do nosso conhecimento e compreender que os fatores e resultados são atos de cognição;
  • – reconhecer que os progressos na aprendizagem caracterizam-se por avançar a partir da utilização de regras e estratégias em experiências concretas e especificas, chegando a elaboração de regras mais gerais que possam ser aplicadas em outras situações. As regras isoladas vão se interligando;
  • – partir das soluções encontradas e dos erros cometidos para construir as suas regras e embasar suas ações.

Contudo, muitos alunos que apresentam deficiências e distúrbios na aprendizagem, não constroem estratégias para resolver uma tarefa demonstrando falta de conduta planejada. Sendo assim, temos que ensiná-los passo a passo por um treinamento contextualizado e de autocontrole.

 
Segundo Vygotsky, a inteligência tem uma ligação muito estreita com o social pois, as relações sociais, favorecem o desenvolvimento da inteligência onde a linguagem desempenha um papel fundamental.

 
Sendo assim, os professores devem estrar atentos a zona de desenvolvimento proximal que, segundo Vygotsky, se refere a diferença entre o nível das tarefas que a criança pode realizar com a ajuda de adultos e o nível de tarefas que pode realizar independente.

 
A educação escolar teve ter como objetivo provocar, intencionalmente, as aprendizagens necessárias para que se produzam desenvolvimentos que não teriam lugar espontaneamente.