INCLUSÃO: DISLALIA

FOTO DO CEBOLINHA DO MAURÍCIO DE SOUZA

DISLALIA

As dislalias são caracterizadas por alterações na articulação de um ou vários fonemas que podem estar ausentes ou alterados em um discurso específico, ou a substituição destes por outros, de forma inadequada, em pessoas que não apresentem patologias do sistema nervoso central ou  anatomicamente.

É o mais comum e bem conhecido de todos os transtornos de linguagem.

Crianças com dislalias podem apresentar as seguintes características:

·  erros na articulação dos sons da fala (substituição, distorção, omissão ou adição) no início, meio ou fim das palavras, tanto na linguagem cotidiana como na repetição destes sons quando recebe um modelo  que os contém;

· costumam persistir após os quatro anos;

· não há nenhuma evidência ou diagnóstico de perda auditiva, distúrbios neurológicos, deficiência mental, ou mudança de idioma.

Após a etiologia de Pascual (1988), os indicadores de diagnóstico baseado em dislalia são:

– Evolutivo ou fisiológico: dificuldade para articular corretamente os fonemas de acordo com a maturidade cerebral, idioma desejado e aparelho fono-articulador.

Há uma fase, no desenvolvimento da linguagem na criança, que esta não articulada ou distorce alguns fonemas. Esses erros são chamados dislalias evolutivas.

A dislalia evolutiva geralmente desaparece com o tempo e não deve preocupar antes de quatro anos. Em muitos casos, a fala errada e infantilizada é reforçada pelos familiares que não levam em conta o prejuízo que causam para os seus filhos.

– dislalia audiogênica: sua causa é relacionada a deficiência auditiva. A criança não consegue ouvir bem, não articula corretamente, confunde  fonemas que oferecem alguma semelhança e não possui uma boa discriminação auditiva.

As pessoas com deficiência auditiva apresentam outros distúrbios de linguagem e, estudar sua audiometria, nos dá uma ideia sobre a possível adaptação de prótese.

A intervenção terá como principal objetivo aumentar a sua capacidade de discriminação auditiva, melhorar ou corrigir os fonemas e a voz que encontram-se alterados e  implementar a comunicação inexistente.

– dislalia orgânica: são alterações na articulação causadas por lesões no sistema nervoso central (disartrias), fazendo parte dos distúrbios de ordem motora, que se referem a anomalias e malformações nos órgãos da fala como lábios, língua, palato que são chamados de disglosia.

– dislalia funcional: é uma disfunção da articulação causada por um mau funcionamento dos órgãos articulatórios que acarretam problemas na discriminação auditiva e erros perceptuais.

O tratamento fonoaudiológico é muito importante para estimular a capacidade da criança para produzir sons, movimentos e posturas de jogo, experimentando a verbalização das vogais e consoantes.

O fonoaudiólogo vai ensinar a criança a comparar e diferenciar sons.

Além disso vai estimular a coordenação dos movimentos necessários para a pronúncia de sons, exercícios labiais e linguais ensinando a criança as posições corretas dos sons mais difíceis com exercícios em que a criança deve produzir um som dentro de sílabas.

Neste ponto, a criança está pronta para começar com a palavra inteira, através da produção de jogos e articulação dos sons difíceis dentro de palavras é fornecida.

Uma vez que a criança é capaz de pronunciar sons difíceis, em qualquer posição numa palavra, ele vai aprender a  fazer os sons fora das sessões, ou seja, em sua linguagem espontânea e não apenas nas sessões de terapia.

Todo a  terapia vai se concentrar nos jogos que facilitam a aquisição das competências necessárias, com a participação e envolvimento da criança onde ela própria vai descobrir os sons que está produzindo.

O ideal é que os pais participam e colaboram no processo terapêutico realizado as atividades sugeridas em casa.

É importante que a criança realize exercícios de respiração, sopro, queixo, bochecha, nasal “asas” do palato mole, lábios, língua, relaxamento e discriminação.

A terapia irá ensinar  os fonemas e os pontos de articulação.

Se não for tratada, a dislalia pode acarretar problemas durante o processo de alfabetização comprometendo a aprendizagem da leitura e da escrita.